A Alemanha possui muitas cidades que tenho vontade de conhecer, mas Wernigerode, sinceramente, não era uma delas. A verdade é que eu nem sabia que ela existia, assim como muitos brasileiros a desconhecem. De onde partiu, então, nossa ideia de visitá-la? Bem, por trás dessa respostas, vem uma história.

Tiago e eu estávamos com muita vontade de ver neve, daquelas que cobrem uma cidade toda de branco mesmo. Como nos mudamos para a Alemanha no auge do inverno europeu, sabíamos que era hora disso acontecer. Foi aí então que, em uma pesquisa na internet sobre a previsão do tempo, Tiago viu um alerta de que haveria uma grande quantidade de neve na região central da Alemanha, e a mais próxima de Berlim era Wernigerode. Optamos, portanto, por ela.

O caminho de trem para Wernigerode já nos reservou belas paisagens. Em Berlim estava muito frio, porém sem neve. Mas, à medida que o trem avançava pelo interior da Alemanha, a neve foi aparecendo, e a paisagem que passou a nos acompanhar foi composta de campos e cidades completamente cobertos de neve. Um colírio para os olhos de quem ama essa estação do ano!

 

 

 

 

 

 

 

 

Wernigerode é uma pequena cidade incrustada nas montanhas de Harz, que fica a aproximadamente 3 horas de trem de Berlim. Como uma boa cidade alemã que é, possui casas no estilo enxaimel, ou seja, aquele estilo alemão que encanta e chama a atenção pelo seu charme e detalhes. Possui também uma praça principal com uma bela prefeitura, que é seu mais famoso cartão postal (foto acima) e possui também um castelo que dá para ver de praticamente toda a cidade, por estar localizado no alto da montanha, como era mesmo de costume para que fossem protegidos de possíveis ataques inimigos.

Logo que chegamos, ainda na estação de trem da cidade, fomos de pronto recebidos por muita neve. Já saindo da estação é possível avistar uma rua mais à frente que leva à parte antiga da cidade.

 

 

 

 

Tudo em Wernigerode nos encantou e nos fez parar para contemplação e para fotos. Pode ser por causa da quantidade de neve que se acumulava em cada arbusto, em cada muro, em cada telhado, e também pela quantidade de detalhes que compõem essa pequena mas charmosíssima cidade alemã. E seu clima de interior foi outro ponto que nos deixou profundamente encantados. Não havia combinação melhor para aquele sábado de neve. Seus pequenos e aconchegantes cafés, suas ruazinhas estreitas, suas casas cuidadosamente decoradas, suas cercas baixas e aquele burburinho de moradores se misturando com os passos sem pressa de tantos turistas que exploravam a cidade.

Uma curiosidade que pudemos reparar, foi que não ouvimos outro idioma pelas ruas que não fosse o alemão. Acreditamos que Wernigerode é destino turístico em sua maioria de alemães, uma vez que ela é mais desconhecida frente a tantos outros destinos pelo território alemão, como as grandes cidades e até mesmo as menores mais conhecidas, como Heidelberg e Rothenburg ob der Tauber.

 

 

 

 

 

Logo que entramos na parte antiga da cidade, já nos deparamos com a praça principal onde fica a prefeitura, que é inclusive o ponto turístico referência de Wernigerode. Achei o prédio da prefeitura realmente diferente de todos no estilo enxaimel que já havia visto, realmente enfeita a praça. Ao redor dela há cafés e restaurantes que ficam cheios de turistas aquecendo-se e protegendo-se do frio. Acredito que, com temperaturas mais quentes, a praça deve ficar cheia de mesas externas com turistas aproveitando o sol e o calor. Também deve ficar com um clima muito agradável. Cada estação com seu charme.

 

 

 

 

Após conhecermos a praça principal da cidade, saímos pelas ruas já tomando o rumo do castelo. Pelo caminho aproveitei para procurar alguma loja de souvenirs para comprar meu cartão postal e meu ímã, pois, para quem não sabe, sou colecionadora apaixonada destes ítens! E então acabou que encontramos uma loja não tão turística, mas que vendia mousepads, ímãs e postais. Mas aí, então, vai uma dica: já nos arredores do castelo há uma outra loja mais completa de souvenirs que vende artigos até mais bonitos. Portanto, sugiro não terem tanta pressa para comprar quanto eu tive, pois há essa loja próxima ao castelo que atende muito bem.

 

 

Para quem curte um passeio de charrete, o turista também encontra essa opção pelas ruas. É uma boa pedida para quem quer explorar a cidade de forma mais charmosa e se protegendo melhor do frio, mas acaba que quem percorre a cidade com ela perde os detalhes que só uma boa caminhada a pé proporciona.

 

 

 

A caminhada rumo ao castelo traz muitas esquinas fofas, cenários bonitos e surpresas de encher os olhos. Vale a pena parar para admirar as mínimas coisas, como a neve acumulada em cima de um portão, ou um pássaro com as penas cobertas de floquinhos, a fumaça que sai de uma chaminé, e assim por diante. São coisas que não costumamos ver sempre, ainda mais nós moradores de cidades grandes. Por isso que é legal caminhar pelas ruas o máximo possível, sempre atento àquele detalhe que faz daquela cidade ter aquele charme em particular. É uma delícia passear tendo esse ponto de vista!

 

 

 

 

 

Já na subida para o castelo, passamos ao lado de um pedaço do muro que, antigamente, cercava toda a cidade de Wernigerode. Hoje, infelizmente, existe apenas um pedaço dele juntamente com sua única torre erguida até os dias atuais. As outras também não existem mais. Mas mesmo não sendo mais como costumava ser, dá para se ter uma noção de como Wernigerode devia ser ainda mais linda e com ares medievais toda murada. A opção que resta ao visitante, portanto, é tentar imaginar como deveria ser nos tempos que o muro e suas torres sobressaíam na paisagem da cidade, o que não é uma tarefa muito difícil com todos esses incentivos visuais, não é mesmo?

 

 

 

 

 

 

À medida que subíamos para o castelo, passamos a ter paisagens ainda mais belas da cidade que ficava abaixo de nós. A neve acumulava em cada galho, cada folha, poste de luz e nos telhados das casas. Paramos várias vezes para registrarmos esses detalhes que nos encantavam. Ficamos sabendo que Wernigerode é considerada e conhecida por ser uma cidade colorida, o que deve fazer dela também muito linda. Mas o ponto alto do nosso passeio foi realmente a cidade estar monocromática. Nunca havíamos visto nada parecido, e cada ângulo diferente que encontrávamos era motivo de um novo registro.

 

 

 

 

 

 

 

 

Na chegada ao castelo, já no interior de seus muros, paramos na loja de souvenirs que eu mencionei acima. Nela pudemos ver bastantes lembrancinhas relacionadas a bruxas. Não entendemos o porquê a princípio, mas, após uma pesquisa, descobrimos que essa região de Harz é conhecida por uma lenda local que diz que bruxas habitavam essas montanhas e as utilizavam como cenários para rituais pagãos. Segundo a própria lenda, isso acontecia há muitos séculos. Mas mesmo se passando há muito tempo, essa lenda ainda mexe com o imaginário dos turistas, que visitam a região também atraídos por toda essa fantasia que ganha vida com vários souvenirs diferentes incluindo as bruxas e também com a menção dessas criaturas em fachadas de alguns restaurantes e lojas. Não deixa de ser um atrativo e um terreno fértil para a imaginação pensar em todas aquelas paisagens como cenário dessas figuras místicas.

 

 

 

 

 

Já dentro das muralhas, é rápida a chegada ao castelo em si e a subida é leve. Há a loja de souvenirs e uma pequena vila com algumas casinhas. O castelo em si possui um jardim e uma vista da cidade de tirar o fôlego! A cidade estava simplesmente toda coberta de neve, e vê-la do alto nessas circunstâncias foi indescritível! Para onde olhávamos víamos telhados, árvores e ruas brancas. A neve continuava caindo, deixando o jardim do castelo completamente branco também. Um encanto!

 

 

 

 

 

 

 

 

No castelo de Wernigerode mesmo também tem uma loja de souvenirs. Ela possui até mais ítens do que a loja que fica no caminho para o castelo, como livros sobre a cidade, livros infantis sobre a lenda das bruxas, pedrarias da região, pulseiras e colares de pedras (inclusive achei até parecido com os acessórios que achamos para comprar nas feirinhas de Ouro Preto, em Minas Gerais) e guias. Possui também as lembrancinhas de sempre. É nessa loja do castelo também que são vendidos os ingressos para entrar nele. O valor de cada ingresso é de 7 euros por pessoa. Logo ao lado da porta da lojinha tem a entrada para o interior do castelo. Com certeza vale a pena a visita, pois, pelas fotos que vimos, o castelo ainda é mobiliado, mas preferimos continuar andando pelas ruas para tirarmos fotos da cidade nevada. Como ficaríamos apenas um dia em Wernigerode, essa foi nossa opção.

 

 

 

 

 

 

Já na saída do castelo resolvemos descer por um caminho diferente de onde subimos, justamente para encontrarmos novas paisagens e novos caminhos. Nos deparamos com uma rua muito charmosa com casinhas típicas de cidades pequenas de interior e com um parque, o Lustgarten, coberto por uma camada espessa de neve. Poucas pessoas estavam por ali, somente as que se arriscavam a andar com neve na altura dos joelhos e um pai ensinando o filho a esquiar. Já pelas ruas da cidade a todo momento passavam carros da prefeitura retirando o excesso de neve e jogando cascalhos para que os pedestres tivessem firmeza na hora de andar.

 

 

 

 

 

 

Uma vez de frente para o Lustgarten seguimos à esquerda na rua e, em seguida, mais à frente chegamos novamente ao muro antigo da cidade. Ele possui degraus que subimos para vermos a cidade de outro ângulo.

 

 

 

 

 

 

 

Após passarmos por cima do muro, descemos as escadas e seguimos por um caminho em sua lateral até voltarmos para o centrinho de Wernigerode. Por lá nos aquecemos em uma cafeteria charmosinha e já fizemos o caminho com destino à estação para pegarmos nosso trem de volta para Berlim.

 

 

 

 

 

 

No caminho de volta passamos ao lado da principal igreja da cidade, que rende belas fotos da sua torre imponente e da atmosfera medieval que ela emprega em seus arredores. É um cenário e tanto para a imaginação dos admiradores do período medieval.

 

 

 

 

 

Pelas fotos e relatos acredito que deu para ver que recomendamos muito uma passeio por Wernigerode. A cidade é simplesmente linda, aconchegante e pode ser facilmente percorrida a pé em um único dia. Ela estava simplesmente deslumbrante no inverno, toda nevada, e tenho certeza que também é linda em qualquer estação do ano, e um dos motivos é pelo fato de ser conhecida como cidade colorida! A boa notícia é que dá para se fazer um bate-volta de Berlim para Wernigerode, ótima opção para quem tem muitos dias de hospedagem na capital alemã e não quer ficar só por lá. E para quem quiser pernoitar, acredito ser também uma ótima experiência, por se tratar de uma cidade aconchegante, com cafés e restaurantes muito convidativos, e com uma lenda de bruxas que mexe com o imaginário de qualquer um.

Pronto, o cenário está todo montado, agora é só se planejar e viajar! Conheça Wernigerode, visite a Alemanha e seus encantos!

 

Como chegar a partir de Berlim

• De trem: Com um trem regional pode-se sair das principais estações de Berlim. O Regional tem como destino a estação central de Magdeburg. De lá faz-se outra conexão rápida na cidade de Halberstadt, de onde, finamente, seguimos para Wernigerode. O percurso total de ida dura em torno de 3 horas de viagem.

 

Preço das passagens

• 50 euros para duas pessoas, ida e volta, incluindo todas as conexões. Mas somente para trens da DB (Deutsche Bahn) e somente nos finais de semana. Esse preço também é válido para um dia, ou seja, apenas para a viagem de bate-volta.
• >> Importante: antes de entrar em cada trem, perguntar ao funcionário responsável pelo embarque sobre o destino do mesmo! Expliquei o motivo no vídeo sobre a viagem. <<

 

Dica de restaurante

• Confira a dica de restaurante e de cafeteria em Wernigerode (em breve).

 

Crônica

• Confira a crônica sobre a viagem a Wernigerode aqui.

 

Vídeo

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