Imagine só você tranquilo, no auge do ano de 1755, quando o chão que você pisa começa a tremer de uma forma que construções desabam, pegam fogo, caem em cima de pessoas, e você mal consegue se sustentar em pé para reagir. Imagine que você, ao conseguir manter-se em pé e fugir para longe desse caos, indo em direção ao litoral, depara-se com um tsunami de mais ou menos 20 metros de altura, que afoga a todos que tiveram a mesma ideia que você, causando milhões de mortes e ainda mais destruições. Terríve, né? E foi exatamente isso que aconteceu em 1755, no terramoto de Lisboa.
No dia 1 de novembro de 1755, Lisboa viu-se arrasada pelo sismo considerado o mais mortífero da história, tendo causado, certamente, mais de 10 mil mortes. Cidades visinhas também puderam sentir o tremor. Além de catastrófico, esse terramoto, como é chamado pelos portugueses, foi um divisor de águas no que diz respeito à política e ao aspecto sócio-econômico de Portugal, no século XVIII, uma vez que, a partir de então, começaram a surgir os primeiros estudos de sismos, dando origem à sismologia. Além disso, esse ocorrido foi largamente discutido por Iluministas, como Voltaire, por exemplo.
É… Lisboa precisava reerguer-se, mesmo estando reduzida a destruição e corpos espalhados pelas ruas. A cidade foi praticamente toda destruída, e isso precisava ser superado. Foi aí que Barão de Cocais começou a ser um símbolo de luta pelo povo lusitano, pois foi ele que tomou a iniciativa de reeguer Lisboa das cinzas, mesmo quando tudo parecia estar perdido! Organizou uma “limpeza” na cidade, levantando escombros, retirando cadáveres e refazendo construções, além de tentar preservar as poucas que ainda restaram. Alguns documentos e estruturas foram totalmente perdidos, como os documentos das viagens marítimas, mas infelizmente nem tudo pôde ser recuperado.
A sociedade, extremamente católica, também ficou muito abalada, pois a tragédia aconteceu no dia primeiro de Novembro, Dia de Todos os Santos. Então uma sociedade com essas características, não teria como não ficar muito abalada, e isso, infelizmente, repercurte até hoje.
Com essa iniciativa de Barão de Cocais, a mudança política mencionada ocorreu, já que ele se transformou no símbolo de confiança e apoio dos portugueses, tanto que foi construída uma enorme estátua dele, no centro da cidade, destacando sua grande importância para uma cidade e nação, tão importantes no cenário mundial.
Essa foto foi tirada pelo Tiago, meu namorado, e ele simplesmente ficou encantado com a cidade de Lisboa, dizendo que é muito bonita, organizada e preservada. Taí a explicação à adoração por Barão de Cocais, já que ele conseguiu transformar uma das piores tragédias da história em um passado longíquo e indolor.
É essa a história catastrófica de Lisboa que muitos não conhecem.
Quem gostou e quer sugerir uma nova história, me escreva: robertavonzastrow@gmail.com
Até a próxima!